Existe uma frase no meio da bola, infelizmente ainda muito reproduzida e, em pleno século XXI, fora de contexto. O famoso ditado “jogador não estuda” permeia os bastidores do futebol sob o pretexto de que, para vingar na profissão, não é preciso se dedicar aos estudos.
Um levantamento de 2021 realizado pela plataforma CupomValido, que reuniu dados da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Statista e Ernst & Young, mostrou que dos 360 mil jogadores registrados no Brasil, apenas 25% têm o esporte como principal fonte de renda. Contudo, cerca de 55% da categoria vive com remuneração de até um salário mínimo. Outros 33% ganham até R$ 5 mil e somente 12% têm rendimentos acima desse valor. A pesquisa ainda relata que o futebol movimenta R$ 52 bilhões só no Brasil, mas que 80% desse valor está concentrado em 7% dos atletas.
Um outro estudo, revelado no artigo Jogadores de Futebol no Brasil, publicado em 2011 pela Revista Brasileira de Ciências do Esporte, expõe que a probabilidade de uma criança se tornar um profissional dos gramados é de apenas 1,5%. A baixa chance de “vingar” no esporte não frustra o sonho, vivido por 63,8% dos meninos brasileiros e 34% das meninas, de acordo com pesquisa da Centauro, realizada em parceria com a Consumoteca, em 2022.
A frustração, todavia, pode vir mais à frente, caso este atleta faça parte dos 98,5% que não alcançam o objetivo. O estudo se faz essencial caso esse (a) jogador (a) não vire profissional, podendo ser feliz e realizado em outra área e ainda jogar uma bola no fim de semana com os amigos. A diferença é que estudar é importante mesmo àqueles que fazem parte do 1,5%, pois, como visto acima, a esmagadora maioria está distante do glamour dos campos europeus. O que esse atleta que se sustenta a duras penas fará após a aposentadoria sem o seu “pé de meia”? Com 35 ou 40 anos ele ainda precisará de um sustento. Outros, que alcançam o sonho mas são forçados a abdicá-lo por lesão, o que farão?
O problema vai além do financeiro, também tem potencial para ser psicológico. A frustração, além de provocar danos a si, pode causar avarias inclusive na formação de uma futura geração, que sofrerá com o pai e/ou mãe que não se dedica ao sonho de virar jogador do filho por conta de sua experiência negativa, ou que, inconscientemente o cobra demais tentando realizar a si próprio. Apoiar o seu filho sem tornar o ambiente tóxico não é fácil, pois envolve um entendimento de respeito às decisões da comissão técnica que o comanda, aos outros pais e, por consequência, aos demais atletas e a si próprio. Não projetar seus próprios desejos e sonhos na criança, mostrar interesse sem exageros e respeitar o nível de interesse do filho são três pontos essenciais.
O intuito do programa Estuda, Atleta, desenvolvido e realizado pela Associação Brasileira Cultural Desportiva Educacional Harpias, é promover uma vez por semana oficinas de futsal e futebol para crianças e jovens, homens e mulheres com idade entre 10 e 14 anos – desde que matriculados na escola e que não tenham participado de aulas esportivas pagas – aliado ao empréstimo de livros – com frequência bimestral – que desenvolverão redações relatando suas percepções sobre as obras literárias e entregarão ao professor. Esses textos serão analisados por jornalistas e/ou professores de português, além de psicólogos e assistentes sociais, com retorno posterior aos familiares. Além disso, os alunos deverão entregar o boletim do colégio, respeitando o limite de ausências e o critério de notas da instituição. Em caso de excesso de faltas ou notas vermelhas, o projeto procurará a família para entender as razões e, se assim entender, o atleta poderá sofrer punições que variam entre uma advertência e o desligamento do programa, sanção que pode também ocorrer em caso de perda de livros, comportamentos em desacordo com o regimento interno, ausências nos treinos e oficinas e o não cumprimento de prazo para a entrega das redações e devolução dos materiais emprestados pela ação. Também ofertamos reforço escolar de português e matemática aos jovens antes ou depois do treino, disponibilizando um lanche ao término da carga horária do dia. Por fim, o projeto tem como principal objetivo também oferecer apoio psicológico ao atleta e à família, promovendo rodas de conversa e convidando os responsáveis a participarem do Clube do Livro (link para a página do CL). O intuito é criar um debate acerca de temas que podem ajudar no progresso da comunidade. Esses pais e mães também se exercitam, por meio da ginástica 40+, realizadas antes dos treinos de futsal.
Atualmente, os trabalhos acontecem uma vez por semana para 70 crianças e jovens na Unidade Social, localizada na quadra ACC, no Itapegica. A intenção, porém, é ampliar para outros espaços, impactando dezenas de famílias em bairros com famílias em situação de vulnerabilidade social.
8h – Ginástica para pais e mães 40+
9h – Futsal para meninas de 10 a 14 anos
10h – Futsal para meninos de 10 a 12 anos
11h – Futsal para meninos de 13 e 14 anos
9h – para meninos de 10 a 12 anos e responsáveis que estejam estudando e queiram participar;
10h – para meninos de 13 e 14 anos e meninas de 10 a 14 anos;
Obrigatório para os atletas apresentarem resumo, redação ou uma interpretação do livro lido a cada dois meses e opcional para pais, mães e responsáveis, que queiram participar da discussão de um livro escolhido por todo o grupo de adultos do Clube do Livro, em encontros bimestrais.
Se você quer participar das aulas de ginástica, do Clube do Livro ou busca inserir uma criança de 10 a 14 anos nas aulas realizadas no Itapegica, clique para saber como participar do projeto.
Se você quer fazer uma contribuição como pessoa física, ou quer aliar sua marca ao projeto, pode clicar aqui (link para a página de como ajudar) ou enviar um e-mail para harpiasguarulhos@hotmail.com. Nosso Whatsapp também está à disposição no número (11) 9 9835-1144 – Whatsapp, que você também pode acessar clicando neste link. O Instagram do projeto é o @estudatleta, disponível aqui.
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